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Robélia Fernandes de Souza ingressou na Academia Acreana de Letra em 19 de julho de 1996, para ocupar a Cadeira 35, que tem como patrono Mário Lobão, membro fundador José Ruy Lino, e antecessor Padre José Carneiro de Lima.

Em 28 de novembro de 2022 foi homenageada com o Título de Imortal Emérita, pelos valorosos serviços prestados a AAL. Nessa academia ocupou os seguintes cargos: Segunda Secretária da Diretoria Executiva Provisória da AAL, no período de 17 de novembro de 2003 a 17 de novembro de 2004; e Primeira Secretária da Diretoria Executiva, nos mandatos de 2005 a 2006, 2007 a 2009, 2009 a 2011 e 2011 a 2013.

Nasceu no dia 20 de fevereiro de 1938, na cidade de Manaus (AM). É filha de Eulália de Oliveira Fernandes e de Roberto de Castro e Costa Fernandes. Foi casada com Jonas Pereira de Souza (in memoriam). Tem cinco filhos: Jonas Pereira de Souza Filho, Joneudes Fernandes de Souza, James Fernandes de Souza, Márcia Fernandes de Souza e Núcia Fernandes de Souza Luz. Tem treze netos e dez bisnetos.

Iniciou seus estudos na Escola Presidente Dutra. Depois, após ter feito o Exame de Admissão, uma exigência da época, concluiu o ensino fundamental, no Ginásio Acreano, atualmente Colégio Acreano. Realizou o ensino médio na Escola Técnica de Comércio Acreana (Contabilidade).

É graduada em Letras Licenciatura Plena, pela Universidade Federal do Acre (1975). Em 1983, concluiu curso de especialista em Língua Portuguesa, pela Ufac, apresentando a monografia intitulada Heterogeneidade linguística e o ensino da língua portuguesa.

Antes de dedicar-se ao magistério e à literatura, ingressou no mundo do trabalho como datilógrafa e taquígrafa, contratada pela Secretaria de Administração do Território Federal do Acre. Como taquígrafa atuou na Assembleia Legislativa do Estado do Acre. Todavia, era o exercício do magistério que mais a encantava. Era o seu ideal. Na seara da sala de aula almejava cumprir a sua missão de educadora.

Por isso, prestou concurso público e ingressou no quadro docente do Território Federal do Acre e permaneceu no cargo até se aposentar por tempo de serviço. Novamente, por concurso público, integrou o quadro de professores do Estado do Acre, ficando no cargo até aposentar–se.

Professora com longa experiência, atuou nos três níveis de ensino: fundamental, médio e superior. Foi professora de Língua Inglesa e Comunicação e Expressão, no Instituto São José (1976-1979); professora de Comunicação e Expressão na Escola Marechal Arthur da Costa e Silva (1977-1978); professora de Língua Portuguesa no Colégio de Aplicação da Ufac (1988-1991). Foi professora de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira no Complexo Escolar do Ensino Médio (Ceseme), atualmente Colégio Estadual Rio Branco (Cerb, 1970-1981), e no Instituto de Educação Lourenço Filho, Curso de Magistério (1980-1990); foi professora de Técnicas de Redação também no Instituto de Educação Lourenço Filho (1980-1987); e de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira no Curso Normal Parcelado Magistério (1980-1981).

No segmento de nível superior, foi professora de Literatura Portuguesa e Brasileira pela Ufac, no Curso de Licenciatura Parcelada em Xapuri (1981); e de Metodologia da Língua Portuguesa, em Sena Madureira (1994). Foi professora de Redação e Literatura Clássica e de Redação Filosófica na Faculdade de Filosofia São José (2000-2006). Exerceu a Coordenadoria do Núcleo de Língua Portuguesa, Literatura e Língua Estrangeira do Departamento de Ensino Médio da Secretaria de Educação do Acre.

Foi assessora pedagógica desse Departamento e assessora técnico-pedagógica do Gabinete do Secretário de Educação do Estado, além de ter sido diretora do Departamento de Ensino Médio da Secretaria de Educação, no período de março de 1990 a julho de 1992. De 1995 a 2008, por cinco mandatos, foi conselheira no Conselho Estadual de Educação, período em que exerceu a presidência da Câmara de Educação Básica por três anos e a presidência da Câmara de Educação Profissional por seis anos.

Robélia Fernandes se considera uma pessoa simples, reservada, observadora e criativa. Tais características interagem no seu processo de criação literária. Tanto no campo poético, quanto nos contos e romances, dos quais emanam a beleza e a profundidade do ser criança, num misto de imaginação e singeleza, que supera o lugar-comum, ao personificar nas palavras, os protagonistas.

As tramas são construídas a partir das representações presentes no imaginário coletivo da gente do Acre, tecendo teias, nas quais a ficção e a realidade se interpenetram, se conjugam, fazendo emergir as memórias dos diferentes segmentos sociais e culturais amazônidas.

Foi classificada em terceiro lugar no Concurso de Poesia Poeta J.G. de Araújo Jorge, promovido pela Casa do Poeta Acreano (1987); primeiro lugar no concurso literário promovido pela Academia Acreana de Letras, versando sobre a vida e a obra de Euclides da Cunha; primeiro lugar no Concurso Literário Nacional Talentos

da Maturidade, categoria Contos. Foi classificada no Concurso Nacional de Poesia Nova Era, com o seu poema publicado no livro Coletânea (1990); e no Concurso Nacional de Poesias Poetas Brasileiros, com igual publicação.

Por sua rica atividade cultural, também se tornou membro efetivo da Casa do Poeta Acreano (1986) e membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Acre, cadeira 43.

Recebeu diferentes títulos, troféus, diplomas de honra ao mérito e comendas, dentre eles: o Título de Cidadã Acreana, conferido pela Assembleia Legislativa do Estado do Acre; o Título de Cidadã Rio-branquense, conferido pela Prefeitura Municipal de Rio Branco; o Troféu Cultura, concedido pela Fundação Cultural do Estado do Acre; o Diploma de Honra ao Mérito Cultural, emitido pela Casa do Poeta Brasileiro, Seção Acre; as Comendas Ordem da Seringueira e a Volta da Empresa, pela Prefeitura Municipal de Rio Branco; o Troféu Honra ao Mérito Desportivo, como reconhecimento à sua atuação no voleibol e atletismo no Estado. Além de ter recebido a insígnia de Grau Cavaleiro da Ordem da Estrela do Acre, uma expressiva e memorável honraria concedida às pessoas notadamente dignas do reconhecimento do povo acreano.

Robélia Fernandes de Souza tem seis obras publicadas: Asa de vida – poesia (1992); Conversa afiada – contos (1996); Boquinha da noite – folclore infantil (2003); ConVERSO novamente – poesia (2004); Verdes anos – contos (2007); e Contos esparsos (2009). Também tem publicações de contos em diferentes revistas, como Outras Palavras; e poemas em antologias estaduais, nacionais e internacional (Portugal). Atualmente escreve a obra Memorial dos enredos, sem data prevista para publicação.

Robélia Fernandes de Souza se tornou um farol a orientar aqueles que, da mesma forma que ela, veem na arte um caminho para tornar emoções tão particulares em sentimentos universais.

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