
Moisés Diniz Lima ingressou na Academia Acreana de Letras em 28 de abril de 2011, para ocupar a Cadeira 25, que tem como patrono Heliodoro Balbi, membro fundador Felipe Meninéia Pereira, e antecessores Alberto Zaire e Fernando de Castela. Atualmente, é vice-presidente na Diretoria Executiva da AAL (2023-2026).
Nasceu às margens do Rio Amônia, em Cruzeiro do Sul (AC), em 11 de agosto de 1963. É filho de Adélia Diniz Lima e Francisco Pereira Lima. Tem seis irmãos: Fátima Diniz Lima, Mariano Diniz Lima, Francisco Diniz Lima, Maurício Diniz Lima, Maria Alice Lima Braga e Mauro Diniz Lima.
É casado com Maria Jurgleide Gomes Pinto, com quem teve cinco filhos, a saber: Jurgleivaldo Pinto Figueiredo, Raifranco Pinto Figueiredo, Ísis Diniz Lima, Lis Diniz Lima e Ínia Diniz Lima. Também tem uma neta: Marina Diniz de Sousa.
Como filho do Juruá, é uma síntese biocultural dos nordestinos, notadamente dos cearenses e do povo Ashaninka que, há milhares de anos, ocupou aquela região que integra o atual Estado do Acre. Moisés iniciou os seus primeiros anos do ensino fundamental na escola Rego Barros (1973 a 1976), e os seus últimos na Escola São José (1977 a 1980). Fez o ensino médio no Instituto São José (1981 a 1983) e a graduação em Pedagogia na Ufac (de 1991 a 1994).
Desde jovem, frequentou a Congregação dos Irmãos Maristas, Ordem religiosa na qual professou votos temporários de pobreza, castidade e obediência. Foi no curso universitário, no município de Tarauacá, que despertou seus talentos intelectuais, consciência política e militância partidária.
Na condição de acreano do Juruá, testemunhou o processo de expropriação dos seringueiros e de suas famílias, no município de Tarauacá. Foi quando se posicionou em favor da resistência dos trabalhadores extrativistas com relação ao processo de expulsão de suas posses. Atuou na organização dos sindicatos de trabalhadores urbanos e rurais de Tarauacá, onde se estabeleceu desde 1985.
Também militou em organizações comunitárias, juvenis, indígenas, culturais, e em defesa das mulheres que sofrem violência.
Foi militante do Partido Comunista do Brasil de 1986 a 2019. No percurso de sua trajetória, tem se colocado ao lado dos explorados, marginalizados e excluídos. Sua atuação, ao longo dos anos, tem contribuído para a implantação de programas e projetos de promoção à cidadania plena para todos.
Como seminarista, adquiriu relativa erudição no campo das humanidades, sendo comprometido com a valorização do ser humano e com a defesa das múltiplas formas de vida. Reconhece que a dimensão cultural é uma “trincheira” privilegiada para a luta contra opressões, violências e discriminações.
Em Tarauacá, foi vereador nos anos de 1993 a 1996; e vice-prefeito, de 1997 a 2000. Foi deputado estadual por diversos mandatos, a saber: 2003 – 2006 – 2007 – 2010 – 2011 – 2015. Em seguida, foi deputado federal (2016-2017).
Homem simples, da fala pausada e reflexiva, fiel às tradições da gente e da terra acreana, fez da tribuna do Parlamento, em muitas ocasiões, o lugar da poesia. Segundo ele: “a poesia é a nossa alma que herdamos dos tempos imemoriais, quando o homem ainda não havia se tornado lobo do semelhante. A política é a ferramenta necessária para vencer os lobos e lutar pela felicidade humana” (Discurso de posse na Academia Acreana de Letras, disponível no site da AAL).
É autor das seguintes obras: Exclamações populares (1988); Bandeira Gêmea (2006) e o Santo de Deus (2009). Todas expressam o seu humanismo, a crítica cristã e a “liquidez da vida”. Dialoga com múltiplos saberes, utopias e declara sua fé no humano.