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José Dourado de Souza ingressou na Academia Acreana de Letras em 8 de junho de 1989, para ocupa a Cadeira 19, que tem como patrono João Craveiro Costa, membro fundador José Augusto de Araújo, e antecessor Mario Maia. Foi membro titular do Conselho Fiscal da AAL durante os mandatos de 2003 a 2004 e 2005 a 2006. É o Primeiro Secretário da atual Diretoria Executiva da AAL (2023).

Dourado (como é conhecido) nasceu no dia 5 de janeiro de 1956 à margem direita do Rio Envira, na Colocação Laranjal, do Seringal Recreio, no Município de Feijó (AC). É o caçula dos dez filhos do casal de seringueiros Irene Dourado de Souza (in memoriam) e José Ribamar Ferreira de Souza (in memoriam). Seus irmãos são: Maria de Souza Silva, Fany Dourado de Souza (in memoriam), Rita Dourado de Souza, Antônio Dourado de Souza (in memória), Iraci Marciel Dourado de Souza, Nazaré Dourado de Souza (in memória), Manoel Dourado de Souza (in memoriam), Maria Mavy Dourado de Souza e Maria Sevy Dourado da Silva. Tem uma filha: Anayran Araújo Dourado; e dois netos: Alexandre Dourado Kuemanski e Athos Dourado Kuemanski.

Iniciou sua formação no próprio seringal, onde aprendeu a caçar, pescar, praticar a agricultura de subsistência, criar animais, tratar de enfermidades com a utilização de plantas e utilizar corretamente os demais recursos da fauna, flora e dos rios, igarapés e lagos.

Mudou-se para Rio Branco em 1968, com doze anos, quando começou a freqüentar a escola, matriculando-se na 2ª série do antigo Primário. De 1968 a 1971, estudou nas escolas de ensino fundamental 1º de Maio (1968) e Dom Júlio Maria Matiolli (1969 a 1970). Concomitante aos estudos, trabalhava nas ruas de Rio Branco, vendendo picolé, bolo, quibe, laranja, engraxando sapato, entregando panfletos de cartomante e em posto de lavagem de carro.

Em 1971, ingressou no antigo Ginásio, no Colégio Acreano, concluindo o ensino fundamental em 1974. Em 1975, iniciou o ensino médio no Complexo Escolar do Ensino Médio (Ceseme), no curso de Auxiliar de Administração, tendo concluído em 1977.

Desde 1969, passou a participar dos grupos de jovens da Igreja Católica, acompanhado de seu irmão Antônio Dourado de Souza. Foi a partir desse momento que iniciou o seu envolvimento com as questões de ordem política, cultural e artística.

Na igreja, atuou como intérprete de textos bíblicos e de outros de cunho contestatório, fazendo pequenas apresentações teatrais. Em 1970, escreve sua primeira poesia, Sou Acreano, como resultado de uma pesquisa sobre a Revolução Acreana, sob a orientação da professora Maria de Fátima Barroso (a Fatinha). Isso aconteceu quando ele ainda cursava a 4ª Série do ensino fundamental.

No ano seguinte, em 1971, com 15 anos, ingressa na então Universidade do Acre (Unacre), como Auxiliar de Servente de Limpeza. No ambiente acadêmico, passou a conhecer e conviver com importantes intelectuais, tais como: Alberto Zaire, Clodomir Monteiro, Flávia Barros Pimentel, Gregório Filho, Ilmar Galvão, Iris Célia Cabanellas Zanini, Jorge Araken, José Mastrângelo, Maria José dos Reis, Pedro Martinello e tantos outros.

Por volta de 1974/75, começou a publicar suas primeiras poesias e contos, e a participar de eventos relacionados à cultura, tais como: a criação do Movimento Acreano de Cultura, da União Brasileira de Escritores do Acre; da apresentação do programa cultural Dimensão 4 (na TV Acre); da organização e publicação do tablóide Berracão.

Publicou poesias no Suplemento Dominical – Contexto Cultural, merecendo destaque para: Ancião, Lágrimas Inúteis, A Prostituta, Barco Perdido, Passeio, Privilégio de Nascer e Prisão. Tais poesias receberam uma menção elogiosa de Clodomir Monteiro, em artigo publicado no jornal O Rio Branco, em 9 de novembro de 1975, com o título Evolução de um Poeta.

Publicou também poesias em outros Estados brasileiros, inclusive, no exterior, como foi o caso da poesia Crença, publicada em 1978, no periódico Cuaderno Literário, da Ediciones Rondas, em Barcelona (Espanha).

No período de 1975 a 1977, participou como ator em dois filmes do Estúdio Cinematográfico Amador de Jovens Acreanos (Ecaja). Também teve participação em várias peças teatrais, inclusive, como diretor. É autor da peça teatral Por Que? (1975). Colaborou com a criação do Grupo Raízes (de música popular) e do Cine Clube Aquiri, além da realização de Festivais Acreanos de Música Popular (FAMP).

Foi o responsável pela criação do Grupo Semente de Teatro Amador (Grupo Seta), do Centro de Pesquisa e Criatividade (vinculado ao Grupo Semente) e do Teatro Horta. Coordenou o processo de criação da Federação de Teatro Amador do Acre (Fetac) e tornou-se o seu primeiro Presidente.

Assumiu diversos cargos públicos, como o de Diretor do Arquivo Central da Universidade Federal do Acre (Ufac); Diretor de Recursos Humanos do Estado do Acre, no Governo de Nabor Junior (1983 a 1986); liderou o Partido Socialista Brasileiro (PSB) por quase uma década (1992 a 2002); representou o PSB na organização da Frente Popular do Acre (início da década de 1990); e foi assessor especial do Governador Jorge Viana, em seu primeiro mandato (1999 a 2002).

É formado em História (1982) e em Pedagogia (1987), ambos pela Ufac. Fez mestrado no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, 1999) e doutorado no Programa de Pós-Graduação em Educação e Inclusão Social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG, 2011). Ingressou

como professor na Ufac em 1986. Foi Coordenador de cursos de graduação e de pós-graduação, Chefe de Departamento de História por quatro mandatos, Pró-Reitor de Extensão, Diretor de Extensão e Diretor do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH, por dois mandatos, de 2016 a 2019 e de 2020 a 2023). Atualmente é professor titular da Universidade Federal do Acre.

É coautor, além de outros, do livro Acre: uma história em construção (1985), escrito em parceria com Josué Fernandes de Souza e Valdir de Oliveira Calixto. É um dos organizadores da publicação Revista Hileia: história da Academia Acreana de Letras. Possui dezenas de artigos publicados. Neste momento (2024), encontra-se organizando dois livros de poesias, três de pequenos contos, um de suas memórias, e outro de caráter científico, sobre a educação de seringueiro, fruto de suas pesquisas realizadas nos últimos 15 anos.

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