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Gloria Maria Rebelo Ferrante (Gloria Perez) ingressou na Academia Acreana de Letras em 28 de abril de 2011, para ocupar a Cadeira 10, que tem como patrono Araújo Lima, e membro fundador Geraldo Gurgel de Mesquita. Nasceu em 25 de setembro de 1948, no Rio de Janeiro (RJ). Filha da professora Maria Augusta Rebelo Ferrante e do jurista e romancista Miguel Jerônimo Ferrante, ambos nascidos em Rio Branco, Acre. É mãe de três filhos: Daniella Perez Gazolla, Rodrigo Ferrante Perez e Rafael Ferrante Perez.


Glória Perez é novelista, escritora, roteirista, produtora e autora de série e minisséries produzidas pela TV Globo. Iniciou seus estudos em sua cidade natal, mas concluiu o ensino secundário em Brasília, cidade que escolheu viver com os seus pais para dar prosseguimento a sua formação.


Na capital do Brasil, a jovem que sonhava cursar História, iniciou o curso de Direito, no mesmo período em que a Faculdade de Direito da UnB foi invadida pelos militares. O contexto de repressão e violência do regime autoritário também alcançava a esfera estudantil, conjuntura que contribuiu para que desistisse do curso.
A persistente e determinada Glória não temia as mudanças, o desconhecido não era um obstáculo, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde realizou sua almejada formação em História, e onde oficializou seu relacionamento com Luiz Perez. Com ele teve os seus três filhos, entretanto, após anos de relacionamento, decidiram se divorciar. Mesmo assim, manteve o sobrenome.


Enquanto novelista, Glória começou sua carreira em 1979, quando escreveu episódio da série Malu Mulher. Contudo, o reconhecimento só veio em 1983, quando colaborou com a novela Eu Prometo, exibida pela emissora Rede Globo.


Em 1987, produziu o texto da novela Carmem, apresentada pela extinta emissora Rede Manchete. A minissérie Desejo marcou o seu retorno à TV Globo. Depois, foi a vez de Barriga de Aluguel, uma das suas maiores novelas, em extensão de capítulos e com grande audiência. Entre as realizações profissionais já reconhecidas pelos seus trabalhos, Glória também teve que lidar com tragédias e perdas. Sua filha, Daniela Perez, foi assassinada por um ator que atuava com ela na novela De Corpo e Alma (1992).


Em 1995, a autora estreia com Explode Coração. Três anos depois, a minissérie Hilda Falcão é exibida. Durante esse mesmo ano, a autora inicia a série Mulher, e assina o remake de Pecado Capital. Em 2000, escreveu O Clone, mesmo ano em que seu filho Rafael morre, aos 25 anos, vítima de uma patologia intestinal.
Diante das adversidades da vida, Glória continuou materializando seu talento em textos para produções midiáticas. Em 2003, produziu o seriado A Diarista; já em 2005, escreveu América; e pouco tempo depois, em 2007, produz a minissérie Amazônia, de Galvez a Chico Mendes.


O lançamento de Caminho das Índias, em 2009, e a estreia de Salve Jorge, em 2011, reforçaram o talento de uma profissional que resistiu diante de fatalidades que desafiaram a sua vitalidade. Em 2009, recebe o diagnóstico positivo de um linfoma.


Mesmo com agenda cheia, Glória Perez concorre a uma das vagas no Mestrado em História da UFRJ e é aprovada. Contudo, a crescente demanda no trabalho não permitiu que ela concluísse o curso.


Em virtude dos seus talentos artísticos, Glória recebeu muitos prêmios. Em 2009, a Revista Época a reconheceu como uma das brasileiras mais influentes daquele ano. Um dos últimos trabalhos de Glória foi a novela Travessia, que teve sua exibição finalizada em 2023, pela Rede Globo.

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